Criado em 2021, através a lei 14.130/21, os FIAGROS são uma nova opção para quem quer investir no agronegócio brasileiro. Muitas revistas especializadas trouxeram e trazem análises dos FIAGROS sob a perspectiva do investidor, analisando os retornos e outros indicadores importantes.

Minha ideia com esse artigo é olhar pelo outro lado da cerca, analisando como os produtores podem utilizar esses recursos como uma opção de alavancagem alternativa aos bancos.

Existem até o momento 53 fundos constituídos, divididos entre FIDC, FII e FIP. A grande maioria são FII – Fundos de investimento imobiliário, parecidos com aqueles de imóveis urbanos, e são utilizados para compra de terras com as mais váriadas finalidades. A modalidade FIP é destinada aos investimentos em participações acionárias e conta com apenas um fundo. Por fim, os fundos de investimento em direitos creditórios – FIDC.

              Os FIDCs podem ser estruturados de várias formas, seja para a compra de CPR, LCA ou CRA dos produtores, seja para a arrecadação de fundos para a expansão rural. E essa é uma oportunidade para os produtores e agroindustrias mais sofisticados.

Normalmente, quando o empresário do agronegócio precisa de dinheiro para financiar a expansão recorre a instituições privadas se sujeitando a juros de mercado. O FIAGRO é uma alternativa justamente porque permite ao produtor estruturar seu próprio fundo e financiar essa expansão diretamente através do mercado.

Um exemplo nesse sentido é o do Lavoro Agro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. O grupo Lavoro Agro, gigante do setor de insumos agrícolas, fez a abertura do seu próprio fundo.

O fundo captou dinheiro dos investidores no mercado de capitais, utilizou na expansão e em troca ofereceu uma rentabilidade sobre o dinheiro arrecadado . Com essa operação o grupo empresarial substituição a captação do dinheiro através de bancos e fez direto via mercado por um custo menor.

De forma bem clara: a rentabilidade que o fundo paga sobre o dinheiro é menor do que os juros que teria que pagar caso tivesse utilizado o empréstimo.

Essa também foi a opção escolhida pelos produtores da AMPA – Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão.

O FIGTREE é um fundo criado para comprar CPR emitidos pelos próprios produtores da associação. Ou seja, ao invés do produtor filiado ir ao banco ele emite uma CPR que é comprada pelo fundo. O FIGTREE faz a arrecadação do dinheiro via mercado, compra a CPR dos produtores e posteriormente o produtor paga o valor com os juros combinados através da entrega da mercadoria. Por fim a mercadoria é vendida gerando o lucro que vai remunerar os investidores, fechando o ciclo.

O investidor ganha ao investir em um dos setores chave da economia brasileira e o produtor ganha ao ter acesso ao dinheiro por um valor menor do que normalmente teria através dos bancos.

Aliás, o perfil dos investidores também é algo a ser observado. Em 2021, quando foram criados, apenas 4,27% eram investidores institucionais e 88,04% eram pessoas físicas. Já em 2023 o número de investidores institucionais aumentou para 13,3% e o de pessoas físicas caiu para 78,65%.

O aumento do número de investidores institucionais é um indicativo bem interessante de ser analisado pois mostra que o apetite do mercado é grande o suficiente para gerar demanda para os investidores profissionais, acostumados com o mercado.

Para quem atua no agronegócio isso significa que tem dinheiro na mesa, bastando pensar o negócio de forma estratégica.

Se você tem dúvidas sobre utilizar o FIAGRO para o seu negócio, entre em contato e vamos estudar isso juntos.

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